quinta-feira, 26 de março de 2015

Papa proclama 20 novos cardeais e pede que deixem de lado a inveja e a raiva

O papa Francisco proclamou neste sábado 20 novos cardeais para o clube da elite eclesiástica, que elegerá seu sucessor, e imediatamente fez um discurso com tom de reprimenda. 

O pontífice pediu que os líderes religiosos coloquem de lado o orgulho, a inveja e os seus interesses e, em vez disso, pratiquem a caridade perfeita. Francisco fez as declarações durante uma cerimônia na Basílica de São Pedro na qual nomeou os novos "príncipes da Igreja" ao Colégio de Cardeais e deu a eles seus novos chapéus vermelhos. 

O papa aposentado Benedito XVI compareceu ao evento e se sentou na primeira fila. Francisco o abraçou no início e no fim do serviço e uma fila de cardeais se formou para cumprimentá-lo antes da procissão no final do dia. 

Muitos dos novos cardeais vieram de países distantes, de dioceses negligenciadas, onde os católicos são uma minoria étnica, o que reflete a insistência do novo papa para que a Igreja esteja próxima das periferias e aceite os marginalizados em sua governança. 

Diversos nomeados são pastores que, como Francisco, focaram seus ministérios para o trabalho com os pobres e desprivilegiados. 

Em sua homilia, o pontífice lembrou a seus novos colaboradores que ser um cardeal não é um prêmio, ou um cargo extravagante, mas uma maneira de servir à Igreja com humildade e ternura. 

Ele alertou para o fato de que nenhum católico está imune à tentação de ser invejoso, raivoso ou orgulhoso, ou de perseguir seus próprios interesses, mesmo quando "vestido com aparência nobre". "Mesmo aqui, a caridade, e somente a caridade, nos liberta", ele disse. "Sobretudo, nos livra do perigo mortal da raiva reprimida, daquela raiva latente que nos faz remoer os maus da nossa vida. Não! Isso é inaceitável para um homem da Igreja." 
Estadão

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